quarta-feira, 8 de junho de 2011

ÁFRICA RECEBE INVESTIMENTOS DA CHINA

Na reunião realizada em Pequim em novembro de 2006, o Premier Wen Jiabao propôs que a China e a África aumentem a cooperação e comércio para atingir o valor de US$ 100 bilhões até 2010. A previsão é mais que o dobro do valor alcançado em 2005, que foi de US$ 39 bilhões. O comércio entre a China e a África quadruplicou desde 1990. De acordo com Smith (2006), a China é o terceiro maior parceiro comercial da África após os Estados Unidos e a França, e o segundo maior exportador para a África depois da França. No encontro denominado Fórum de Cooperação China-África o Presidente Hu Jintao, reunido com líderes de Serra Leoa, Ruwanda, Gana e Congo prometeu ajuda aos países da África Ocidental.
Na Etiópia, a China está envolvida na construção da maior represa do Continente Africano. As obras da represa do Rio Tekeze começaram em 2002 ao custo estimado de US$ 224 milhões. O projeto hidroelétrico deve estar pronto em 2007 a um custo aproximado de US$ 350 milhões.
Além de produzir energia elétrica o projeto servirá para a agricultura, inclusive para as áreas de cultivo de café. O governo da Etiópia, entusiasmado com a possibilidade de explorar o potencial hidroelétrico, já pensa em construir outras represas e transformar o país em exportador de energia elétrica, particularmente para os países vizinhos de Djibuti, Quênia e Sudão (Ford 2006). Cerca de 85% da água do Rio Nilo, no Egito, é procedente das regiões montanhosas da Etiópia.
Na Nigéria, a China prevê o lançamento de um satélite comercial de comunicação em 2007. Por meio de linha de crédito especial de US$ 200 milhões, a China assumiu o projeto para desenvolver, fabricar, lançar e manter o satélite. Com estação de controle na capital nigeriana de Abuja, a China oferece ainda apoio técnico e treinamento profissional. A visão é contribuir para que a Nigéria transforme sua economia dependente da comercialização de petróleo para economia com base em conhecimento tecnológico. Com o governo de Uganda a China está cooperando nas áreas de agricultura, têxtil, infraestrutura, prestação de serviço médico e equipamentos, além de educação e tecnologia. O fortalecimento dos laços de cooperação aconteceu a partir de agosto de 2006 em Kampala, durante visita do
Premier Wen Jiabao, a primeira visita de um líder chinês a Uganda desde que os dois países estabeleceram relações diplomáticas em 1962.
Nos últimos dois anos China e Quênia assinaram pelo menos 12 acordos de cooperação nas áreas de saúde, turismo, esporte, investimento, infraestrutura, energia, tecnologia, educação, arqueologia e imprensa. A China oferece também ajuda financeira para a modernização de instalações governamentais. Em Zimbábue, empresários chineses assinaram contratos nas áreas de transporte, mineração, comunicação e energia.
Desde que a China entrou no Sudão, no final da década de 90, o país passou de importador de petróleo para exportador. Campos de operações petrolíferas foram desenvolvidos e refinarias construídas. Uma das conseqüências da política da China de cooperação baseada no princípio de não interferência em assuntos internos é que a crise humana em Darfur, no Sudão, continua sem solução devido à incapacidade da comunidade internacional de agir contra o governo local.
A China está presente no Congo através de investimentos na indústria de extração de cobalto, cobre e melhorias na infraestrutura da malha rodoviária para facilitar a exportação. Angola superou este ano a Arábia Saudita como o principal fornecedor de petróleo para a China; o governo chinês abriu linha de crédito para o reparo de infraestruturas angolanas danificadas durante o longo período de guerra civil. Luanda também está sendo agraciada com linha de crédito.
Além dos benefícios nas áreas de construção de infraestrutura, agricultura, piscicultura, comércio, e desenvolvimento de recursos humanos a China tem participado ainda com o envio de tropas para missões de paz das Nações Unidas em várias partes da África, inclusive no Congo e na Libéria (Roughneen 2006).
Através da diplomacia de educação, com a construção de escolas, intercâmbio escolar, treinamento profissional, transferência de tecnologia, comércio, fornecimento de medicamentos, médicos e programas de tratamento de doenças infecciosas e tropicais (Thompson 2005), a China vem consolidando sua presença no Continente Africano, embora as relações entre Pequim e a África datam de pelo menos meio século.
A África teve crescimento econômico de 5.2 por cento em 2005, sendo o maior desenvolvimento já registrado. O Banco Mundial (Bird), em seu relatório anual de 2005, registrou transformação no Continente Africano, principalmente melhoria nas áreas de educação, saúde, comércio, e redução no número de conflitos. Analistas indicam que as construções de escolas, pontes, estradas e represas por empresas chinesas estão contribuindo para a transformação do Continente.
Postado por Maria Teresa S. e Silva

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